Morning Chronicle - Israel envia negociadores ao Catar para falar de trégua em Gaza após nova troca de reféns por presos

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Israel envia negociadores ao Catar para falar de trégua em Gaza após nova troca de reféns por presos
Israel envia negociadores ao Catar para falar de trégua em Gaza após nova troca de reféns por presos / foto: - - AFP

Israel envia negociadores ao Catar para falar de trégua em Gaza após nova troca de reféns por presos

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou o envio de negociadores ao Catar para discutir o futuro do frágil cessar-fogo com o Hamas em Gaza, após a troca deste sábado (8) de três reféns por 183 presos palestinos possibilitada pela trégua.

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Netanyahu "ordenou o envio de uma delegação ao Catar" para prosseguir com as negociações sobre a trégua, indicou seu gabinete. Também presidirá no domingo uma reunião do Gabinete de Segurança.

Os três reféns israelenses foram trocados por 183 palestinos detidos por Israel, durante a quinto troca prevista no acordo de cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro.

Um dos reféns libertados, o teuto-israelense Ohad Ben Ami, de 56 anos, apresenta um "quadro nutricional grave", anunciou o hospital Ichilov de Tel Aviv, para onde ele foi transferido.

O estado de saúde dos outros dois, Or Levy, de 34 anos, e Eli Sharabi, de 52, é "ruim", apontou Yael Frenkel Nir, diretora do hospital de Ramat Gan, perto de Tel Aviv.

Levy, Sharabi e Ben Ami, sequestrados no ataque lançado pelo Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, foram exibidos em um palanque em uma cerimônia organizada pelo grupo islamista em Gaza antes de sua libertação.

As imagens mostram reféns fracos e extremamente magros sendo questionados com um microfone por milicianos do Hamas armados e com os rostos cobertos.

As gravações causaram indignação em Israel e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), que recebeu os reféns, pediu que as próximas libertações fossem "dignas" e realizadas de "maneira privada".

Netanyahu disse que as imagens eram "chocantes" e não vão ficar "sem resposta". "Vamos eliminar o Hamas e trazer de volta nossos reféns. Essa é a ordem. E isso é o que vamos fazer", insistiu.

Por sua vez, a ONG Clube de Presos Palestinos denunciou que todos os presos libertados precisam de algum tipo de atendimento médico devido à "brutalidade" que sofreram na prisão e o Hamas atacou o que classificou de "política de assassinato a fogo baixo" nas prisões.

- Israel ameaça trégua, afirma Hamas -

Por sua vez, um membro do comitê político do Hamas, Bassem Naim, disse à AFP que a "falta de compromisso" de Israel na primeira fase da trégua ameaçava o cessar-fogo em Gaza.

O dirigente assinalou que o Hamas segue "disposto" a retomar as conversas para a segunda fase da trégua.

A primeira fase, de seis semanas de duração, prevê a entrega a Israel de 33 reféns no total, entre eles pelo menos oito falecidos, em troca de 1.900 palestinos.

Desde 19 de janeiro, 21 reféns e 765 prisioneiros palestinos foram libertados, além de um egípcio.

Os presos palestinos libertados neste sábado foram recebidos em Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Gaza.

Sete deles tiveram que ser internados em hospitais, incluindo Jamal al-Tawil, um líder político do Hamas na Cisjordânia.

A libertação dos prisioneiros que retornaram a Gaza foi marcada pela incerteza sobre o destino de suas famílias, que sofreram com a dura ofensiva lançada por Israel após o ataque de 7 de outubro.

"Como está minha família?", perguntou um deles à multidão da janela do ônibus que o levava para Khan Yunis. "Eles ainda estão vivos?", questionou, angustiado.

- Enfrentar a morte -

A troca deste sábado estava incerta até sexta-feira, após declarações surpreendentes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, ao receber Netanyahu na Casa Branca na terça-feira, propôs que os Estados Unidos assumissem o controle de Gaza e que sua população fosse deslocada para países vizinhos.

Uma ideia categoricamente rejeitada pelo Hamas e condenada pela comunidade internacional.

Para muitos reféns, o retorno significa enfrentar a morte de seus parentes em 7 de outubro de 2023, no ataque sem precedentes lançado pelo Hamas, que deixou 1.210 mortos do lado israelense, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

A esposa de Or Levy, Einav, foi morta no ataque do Hamas ao festival de música Nova, realizado naquele dia a poucos quilômetros da Faixa de Gaza.

 

Das 251 pessoas sequestradas naquele 7 de outubro, 73 permanecem cativas em Gaza, das quais pelo menos 34 morreram, de acordo com o Exército.

A ofensiva israelense matou pelo menos 48.181 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o novo balanço divulgado neste sábado pelo Ministério da Saúde do Hamas, considerado confiável pela ONU.

C.Griffiths--MC-UK